Saudades do Ipê
Iêe gado roxo!
Iêe boi formoso!
Iê boi!
Iê boi!
Não temi azar nem sorte
no tropel da madrugada
bom peão não teme a morte
nessa vida disparada
Êita vida de cigano
minha casa, minha estrada
onde pude ouvir cantando
no sereno a passarada
Olha eu boi
Olha eu boiada
No anseio anseio de menino
"cavalgar sem ter parada"
fui cumprindo esse destino
comitiva sem chegada
Quem não para desatina
nos sem fim deste cerrado
entre pasto, cela e crina
fui ficando enluarado.
Olha eu boi
Olha eu boiada
Hoje quem me vê sorrindo
não percebe meus enganos
para os meus fui rês de corte
fui coringa dos seus planos
Passam dias, passam tempos
por mim não passa mais nada
vou tangendo pensamentos
meu quinhão, minha boiada
Olha eu boi
Olha eu boiada
Claudio Noah 11.11.2010
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